Indústria da música no Brasil cresce 13,4% em 2023 impulsionada pelo streaming

Indústria da música no Brasil

Indústria da música no Brasil cresce 13,4% em 2023 impulsionada pelo streaming

Um Panorama de Crescimento e Diversidade

O mercado musical no Brasil está em plena ascensão, registrando o sétimo ano consecutivo de crescimento em 2023. Com um aumento de 13,4% em relação ao ano anterior, o setor fonográfico brasileiro atingiu a incrível marca de R$ 2,864 bilhões, conforme revelado pela Pro-Música Brasil (PMB). Esse crescimento consistente demonstra não apenas a força da indústria da música no Brasil, mas também o papel central que a música ocupa no cotidiano dos brasileiros.

Esse avanço é resultado direto da transformação digital que revolucionou a forma como consumimos música. A popularização dos smartphones, a melhoria na qualidade de internet móvel e a presença crescente das plataformas digitais democratizaram o acesso à música em diferentes camadas da população, fortalecendo ainda mais a indústria da música no Brasil.

Posição Global do Brasil

Comparado ao cenário global, o Brasil destaca-se de forma clara. Atualmente, o país ocupa a 9ª posição no ranking da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), destacando-se entre os maiores mercados de música do mundo. Esse feito reforça o potencial criativo e comercial da indústria da música no Brasil no cenário internacional, colocando nossos artistas e produções no radar de uma audiência global cada vez mais conectada.

A IFPI, que representa a indústria da música gravada mundialmente, lançou recentemente o relatório “Engaging with Music 2023“. Este estudo global revela como as pessoas ao redor do planeta se envolvem com a música, como a acessam e a importância que dão a ela. O relatório inclui um recorte especial do mercado brasileiro, divulgado pela Pro-Música Brasil, e reforça os avanços da indústria da música no Brasil nos últimos anos.

Esses dados refletem não apenas uma mudança nos hábitos de consumo, mas também o reconhecimento internacional da relevância do Brasil como polo de inovação e diversidade musical. É um reflexo do poder cultural do país, que vai além de suas fronteiras e influencia mercados nos Estados Unidos, Europa e Ásia.

Tempo de Consumo de Música

De acordo com o estudo, o tempo médio de consumo de música no mundo atingiu um novo recorde de 20,7 horas por semana. Mas os brasileiros vão além: dedicam 24,9 horas semanais à música. Esse índice coloca o Brasil no topo do consumo musical, com a América Latina dominando o ranking, perdendo apenas para o México, com 25,7 horas.

Esse engajamento pode ser atribuído à forma como a música está profundamente enraizada na cultura brasileira, sendo parte integrante de rituais sociais, celebrações, protestos e até mesmo das rotinas mais simples, como acordar, cozinhar ou relaxar. A música acompanha o brasileiro em quase todos os momentos do dia, o que evidencia a força da indústria da música no Brasil.

Impacto dos Serviços de Streaming

O crescimento no Brasil é impulsionado, em grande parte, pelas assinaturas de serviços de streaming de áudio, como Deezer, Spotify, Apple Music, YouTube Music, Napster e Amazon Music. Em 2023, essas plataformas geraram uma receita de R$ 1,6 bilhão em vendas de assinaturas e outros serviços relacionados, um aumento de 21,9% em comparação ao ano anterior. Atualmente, 22,5 milhões de brasileiros possuem assinaturas pagas nesses serviços, representando mais de 10% da população do país. Quando contabilizados os usuários que utilizam as versões gratuitas, o número total de consumidores chega a 50 milhões.

O acesso facilitado por esses aplicativos transformou a maneira como os artistas distribuem sua música e se conectam com o público. Novos talentos conseguem alcançar audiências massivas sem depender exclusivamente de grandes gravadoras, e o ouvinte, por sua vez, tem à disposição uma biblioteca virtual praticamente infinita — um avanço significativo para a indústria da música no Brasil.

Música e Saúde Mental

Outro ponto interessante do comportamento dos brasileiros é a relação entre música e saúde mental. Enquanto globalmente 71% das pessoas acreditam que a música é essencial para a saúde mental, no Brasil esse percentual sobe para 83%.

Os estudos apontam que a experiência de ouvir música libera dopamina no cérebro, proporcionando um prazer semelhante ao causado por comida e substâncias psicoativas. Isso pode explicar a alta taxa de engajamento e o crescente consumo de música no Brasil.

Além disso, durante a pandemia, muitos brasileiros relataram que a música foi uma das principais formas de enfrentamento do isolamento social e do estresse. O conforto emocional proporcionado por letras, melodias e ritmos teve um papel terapêutico real e perceptível.

Diversidade no Consumo Musical

A pesquisa também revelou que os brasileiros utilizam, em média, nove métodos diferentes para consumir música, superando a média mundial de sete métodos. Além disso, os brasileiros exploram uma diversidade maior de gêneros musicais, ouvindo mais de dez estilos diferentes em comparação com a média global de oito.

Essa variedade de consumo evidencia a riqueza cultural do país, onde estilos como sertanejo, funk, samba, rap, pagode, MPB, pop, rock e eletrônico coexistem nas playlists diárias dos ouvintes. Isso também reflete a abertura do público brasileiro a sons internacionais, como o K-pop, a música latina e o afrobeat.

O TikTok também se destacou no Brasil, com 57% dos usuários ouvindo música através do aplicativo de vídeos, mais que o dobro da média global de 25%. A plataforma tem desempenhado um papel fundamental na descoberta de novas músicas, viralizando faixas e impulsionando carreiras de artistas independentes e já consagrados.

Perspectivas Futuras

O cenário musical brasileiro está em efervescência, com um público diversificado e ávido por novas formas de consumir música, refletindo uma tendência de crescimento e inovação no setor. A indústria da música no Brasil está, sem dúvida, vivendo um momento de ouro, com números que só tendem a crescer.

Com o avanço das tecnologias, a crescente digitalização e o fortalecimento de cenas regionais, o futuro aponta para ainda mais diversidade, inclusão e representatividade dentro da música nacional. E, nesse ritmo, o Brasil promete continuar tocando o mundo — uma batida de cada vez.

Foto – reprodução

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