Hallyu: o impacto da cultura coreana no Brasil
Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países que mais consomem produtos da “Onda Coreana”
Popularidade Crescente dos Produtos Sul-Coreanos
O aumento no consumo de doramas e em produtos sul-coreanos no Brasil é avassalador, refletindo o avanço da Hallyu, a famosa Onda Coreana. De acordo com um estudo da Netflix, entre 2019 e 2022, o número de fãs de doramas no país sextuplicou. Assim, a gente nem precisa de legenda para entender o sucesso, né? No entanto, no primeiro semestre de 2023, cerca de 16 dessas séries chegaram arrasando no Top 10 das mais assistidas por aqui, entre elas, “The Glory”, que alcançou o topo de dorama mais assistido do ano anterior. E, além disso, olha que o amor pelos produtos da Coreia do Sul não para por aí.
Além do mais, a demanda pelos produtos sul-coreanos está nas alturas. Desde cosméticos até guloseimas, tudo que vem de lá está ganhando o coração dos brasileiros. A Fundação Coreana para o Intercâmbio Cultural Internacional (KOFICE) revelou que as exportações culturais do país atingiram a impressionante marca de US$11,69 bilhões no último ano. Além disso, filmes, músicas e até videogames sul-coreanos faturaram mais de US$12,4 bilhões em 2021. Portanto, é dinheiro que não acaba mais.
Mas o que explica esse sucesso todo? A resposta está em um conjunto de fatores: produções de qualidade, visuais bem cuidados, narrativas envolventes e, claro, muito carisma. As tramas coreanas conquistam pela forma como abordam temas universais como amor, amizade, superação e conflitos sociais com profundidade e sensibilidade. E para quem acha que é só novela ou pop, está enganado. A presença sul-coreana está se espalhando também pela moda, gastronomia, beleza e tecnologia — e tudo isso reflete o alcance global da cultura do país.
O Conceito de Hallyu
Dessa forma, essa febre toda tem um nome: Hallyu, ou Onda Coreana. Ela é como um tsunami cultural que conquistou o mundo todo. Consequentemente, o Brasil não ficou de fora. Por exemplo, grupos de K-pop como BTS e Blackpink estão liderando paradas musicais como Billboard e Spotify, e, além disso, filmes como Parasita ganharam prêmios importantes como o Oscar. Sem falar nas marcas de moda, beleza e tecnologia, como a Samsung, LG e Hyundai, que já são presença garantida no nosso dia a dia.

Hallyu é mais do que entretenimento — é uma estratégia cultural com impacto real na economia e no modo de vida de milhões de pessoas. O fenômeno sul-coreano é resultado de anos de investimento do governo da Coreia do Sul em cultura e tecnologia. A ideia é clara: conquistar o mundo com soft power. E não é que deu certo? Hoje, o país é referência global em diversas áreas.
Apoio e Impacto da Hallyu no Brasil
Desde 2013, a KOFICE, em parceria com o Centro Cultural Coreano no Brasil, promove o Hallyu Community Support Program, o qual é um edital que oferece subsídios de aproximadamente US$ 2.000 a US$ 3.000 para financiar eventos de promoção da cultura coreana no Brasil organizados por fãs. De fato, essa ajudinha extra tem contribuído ainda mais para a cultura coreana por aqui.
Com isso, surgem cada vez mais eventos como festivais de K-pop, workshops de culinária coreana, mostras de cinema e até aulas de idioma e caligrafia. Grupos de dança cover se multiplicam, e canais no YouTube dedicados à Coreia fazem sucesso entre o público jovem. A cultura coreana deixou de ser nicho para se tornar parte do cotidiano de milhares de brasileiros.
Além disso, dados da Global Hallyu Trends (2022) mostram que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países que mais consomem produtos da Onda Coreana. Cerca de 54,4% do público brasileiro afirmou que o vício em K-pop e K-dramas influenciou até nas compras do mercado.
Ademais, o Brand Power Index (BPI) no Brasil aumentou de 2,98% em 2020 para 3,18% em 2021, indicando uma forte tendência de crescimento no consumo de produtos de outras indústrias sul-coreanas, incluindo alimentos. No Brasil, restaurantes de culinária sul-coreana podem ser encontrados principalmente nas grandes cidades e centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, outras capitais e grandes cidades como Salvador (BA) e Feira de Santana podem ter opções de culinária sul-coreana, embora em menor quantidade.
Aliás, o interesse vai além do consumo. Muitos brasileiros começaram a estudar o idioma coreano, motivados pelo desejo de entender as obras no original ou até planejar uma viagem ao país. Plataformas como Duolingo e o curso gratuito do King Sejong Institute têm registrado aumento no número de alunos brasileiros nos últimos anos.
Um futuro ainda mais coreano?
Portanto, o impacto da Hallyu está só começando e promete continuar crescendo, com os brasileiros demonstrando um forte desejo de explorar ainda mais a rica cultura sul-coreana, seja nos dramas, na música ou até no prato do dia a dia. Assim sendo, o Brasil está mostrando que está mais globalizado do que nunca, abrindo os braços para o que outras culturas têm para oferecer.
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