“Star-Crossed”, da autora Rachael Wing, é um romance que te captura logo nas primeiras páginas e não te solta mais. De fato, a escrita é tão envolvente que você mergulha em uma história de amor cheia de reviravoltas antes mesmo de perceber. Sério, eu me vi hipnotizada e, portanto, não consegui largar o livro até terminar.

A trama segue Jen Anderson e Chris Banner, dois adolescentes cujas vidas se entrelaçam de maneira mágica e predestinada, evocando o clássico de Shakespeare, “Romeu e Julieta”. Além disso, ambientado em um cenário super contemporâneo, “Star-Crossed” mistura teatro, amor proibido e desafios típicos da juventude de forma encantadora. Ademais, a história se passa em um colégio onde a produção da peça “Romeu e Julieta” serve como pano de fundo para o romance entre os protagonistas. Dessa forma, Wing descreve os ensaios, os bastidores e a encenação de maneira tão vívida que você quase ouve as falas de Shakespeare ecoando pelas páginas.

Falando na escrita de Rachael, é impossível não se apaixonar pela forma como ela descreve os dilemas e emoções dos adolescentes. De fato, os diálogos soam tão naturais que parece que você está conversando com amigos. Consequentemente, a história flui bem e você nem percebe o tempo passar.

Eu, que não sou fã de romances clichês, me surpreendi com “Star-Crossed”. Neste sentido, a química entre Jen e Chris brilha com beleza e parece real. Mesmo nas partes mais previsíveis, a autora consegue adicionar um toque de frescor e emoção. Portanto, ela equilibra a familiaridade do enredo com twists e momentos de tensão que te mantêm grudado até o final.

Outro ponto que merece destaque é como o livro aborda temas adolescentes com sensibilidade e autenticidade. A pressão dos estudos, as expectativas familiares, as inseguranças sobre o futuro e até as amizades intensas típicas da fase escolar são representadas com muito tato. Isso torna a narrativa ainda mais próxima da realidade dos jovens — e nostálgica para quem já passou por essa fase.

Além disso, o cenário escolar se torna quase um personagem à parte. A atmosfera dos corredores, das salas de aula, dos ensaios teatrais e da ansiedade antes da estreia é tão bem construída que transporta o leitor para dentro daquele universo. Quem já participou de alguma produção teatral na escola ou teve um crush proibido durante o ensino médio vai se identificar imediatamente com várias situações.

É interessante também observar como Rachael Wing resgata a essência do romance shakespeariano e a adapta com criatividade. Ao mesmo tempo em que brinca com a ideia de destino e tragédia, a autora oferece uma nova leitura sobre o amor adolescente — menos trágica e mais esperançosa. Isso torna o livro acessível para novos leitores, principalmente os mais jovens, sem deixar de homenagear a obra que o inspira.

Outro ponto positivo é a construção dos personagens secundários. Amigos, rivais e professores não são meros figurantes — eles têm personalidade, opiniões e funções claras na história. Isso contribui para tornar o universo de “Star-Crossed” mais completo, enriquecendo a experiência de leitura.

“Star-Crossed” prova que, mesmo em meio a romances clichês, ainda é possível se surpreender e se emocionar. Portanto, Rachael Wing mostra que, quando bem escrito, o romance adolescente pode ser tão mágico e memorável quanto os clássicos que amamos. É uma leitura leve, envolvente e com aquele toque especial que faz o coração bater mais forte — ideal para quem busca uma história encantadora, mas com os pés no chão.